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12 junho 2017

Para Bom Entendedor Duas Placas Bastam

12 junho 2017 4 Comentários
A GLORIOSA HISTÓRIA É FASCINANTE. PENSAR QUE O BENFICA FOI UMA OBRA DE FUNDAÇÃO NUM COLECTIVO EM 28 DE FEVEREIRO DE 1904. O DIA DOS VINTE E QUATRO.



E DEPOIS TEVE UMA PERSONALIDADE COMO O NOSSO COSME QUE FORMOU O BENFIQUISMO EM PROL DESSE COLECTIVO RECUSANDO O CULTO DA PERSONALIDADE. 

E tinha tudo para poder exigir ou recolher tal protagonismo. Faleceu em 12 de Junho de 1947, completam-se hoje 70 anos, recolhendo ao jazigo número 6671 no dia seguinte, no cemitério dos Prazeres (raio de nome para um cemitério!) construído em 1936 de um modo tão simples. Sem qualquer inscrição. Incógnito entre dezenas de milhares, muitos deles cheios de nomes e intenções. Incógnito a maior figura dirigente do futebol português de sempre, até 1926 e provavelmente até hoje. E pelos séculos futuros.


(Lumiar/Lisboa: 2 de Novembro de 1885 - 12 de Julho de 1947: Sintra/Quinta do Mirante; aos 61 anos)

Quando o Sporting CP alugou, em 1939, o estádio do Lumiar e começou a designá-lo por José Alvalade, numa entrevista (que hei-de encontrá-la) a um jornal de pequena tiragem perguntaram-lhe se o Benfica não devia chamar ao novo campo de jogos, a estrear em 5 de Outubro de 1941, estádio Cosme Damião. Ele negou peremptoriamente. Do tipo. Porquê? No Benfica tudo é do Benfica. O campo é do Sport Lisboa e Benfica não é para mim. O Benfica até fez mais... Deixou de chamar-lhe 28 de Maio (nome dado pelo Sporting CP ao campo, em 1936, antes de rumar ao estádio do Lumiar) e passou, a ser, outra vez, Campo Grande.



Em 28 de Fevereiro de 1954 os Órgãos Sociais, com o presidente Ferreira Bogalho (que tinha estado nas decisões de o afastar em 1926 e fazê-lo regressar em 1931) fizeram uma romagem ao jazigo descerrando uma placa com uma classe intemporal. Levaram ao túmulo o "Seu Benfica". Aquela lápide singela está cheia, milhões de nomes, pois esse "SEU" tem lá os nomes de todos os Benfiquistas. Os nomes dos pioneiros, dos que nos antecederam, os nossos e os do futuro. O Benfica será sempre o dele. O nosso pai Benfiquista. Todos fomos, somos e seremos filhos Benfiquistas dele. Cosme Damião tu és o culpado da nossa existência. Obrigado. Eu tenho o meu nome naquela lápide. Num milionésimo ínfimo do ésse (S) ou do é (E) ou do u (U). Para mim que li uma vintena de entrevistas até nem me parece que ele gostasse muito de ver lá «À memória de Cosme Damião», talvez preferisse «À memória de um dos Fundadores do Glorioso». Mas isso sou eu. Bogalho conhecia-o muito melhor, infinitamente melhor, do que eu e se decidiu dar nome ao jazigo teve razão.

Digitalização retirada da História do Sport Lisboa e Benfica 1904 - 1954; Volume 2; página 530; 1957; obra por fascículos; Lisboa; edição dos autores

Aliás Bogalho também foi confrontado com o "dar nome à Saudosa Catedral" inaugurada em 1 de Dezembro de 1954. Quando em Janeiro de 1955 o Real Madrid CF decidiu alterar o nome do estádio de Chamartin para Santiago Bernabéu também foi questionado se o Benfica não devia fazer o mesmo dando o nome do estádio ao seu principal obreiro. Bogalho (certamente conhecendo o que pensava Cosme Damião, mas mesmo não sabendo tinha o mesmo perfil de tudo pelo Benfica, nada contra) disse que não. O estádio de Carnide (depois popularizado como Luz) era do Benfica (como sempre tinham sido os vários campos/estádios) não eram dele. Inigualável Bogalho.



Amo Cosme. Porque amar Cosme Damião é amar o «Seu Benfica»! Abençoado. Uma canção para ti neste Dia da Memória. Para mim és fascinação.


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Alberto Miguéns
4 comentários
  1. "Do pó vieste ao pó voltarás". Este é uma expressão Católica que me incomodava sempre que a ouvia em criança mas que agora já a vou compreendendo. O julgamento do tempo que virá. A ilusão do tempo actual. O que hoje define grandeza será o que a definirá no futuro? O que hoje vemos é tudo o que os outros verão no futuro?

    Tanta ilusão mas tão estreita é a cova que nos aguarda.

    Homens providenciais não conheço. Nem sequer Cosme que hoje repousa num estreito caixão. Isto apesar de ter sido (e será sempre) o Pai do Benfiquismo. Foi e será sempre o maior de todos nós. Ele que só queria ser um entre todos os outros. Todos por um. Todos pelo Sport Lisboa e Benfica.

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    1. Caro Victor Carocha

      Que extraordinária frase que resume cinco ou seis das minhas:

      «Ele só queria ser um entre todos os outros»

      Gloriosíssimas TETRAsaudações

      Alberto Miguéns

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  2. Mais uma vez o Senhor Alberto Miguéns , nos ajuda a entender o Benfica, e a frase que ele se refere neste apontamento sobre o que o Grande Cosme Damião " disse, "No Benfica tudo é do Benfica ", e não podia ser de outra maneira, devia mostrar a algumas pessoas, que não pode ser de outra forma, sempre pelo Benfica, Todos por um.

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    1. Caro Mário Ferreira

      Quanto não vale uma dedicação como a sua em ter um Museu Particular Benfiquista e do Benfica feito com Esforço, Dedicação, Orgulho e Glória? Como com tão poucos recursos financeiros se conseguem milagres quando se ama o Benfica. Bem na linha do nosso Pai Damião.

      Parabéns- Para o ano há mais festa e até lá os Benfiquistas bem podem passar pela Atalaia/Entroncamento/Barquinha apreciar o Benfiquismo genuíno que nada quer e tudo dá!

      TETRA quase P3NT7A Saudações Gloriosíssimas

      Alberto Miguéns

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